sábado, 12 de junho de 2010

Minhas impressões sobre o Amor de forma geral

Olá! Antes de deixar meu texto, ocorreu-me a lembrança de que estou devendo minhas observações para que o post "Perdida e Salva" tenha um complemento. Segue abaixo o link:
http://ameninaqueencontrouoamor.blogspot.com/2010/05/perdida-e-salva.html
Eu não sou adepta da teoria do Caos, do ateísmo ou do materialismo. Não só acredito como, humildemente falando e sem querer contrariar ninguém gratuitamente, sei existir uma Energia Criadora que ainda temos a necessidade de traduzir numa figura praticamente humana e chamar de Deus.
Partindo desta premissa, seguirei minhas observações.
Seres criados por Deus de forma igual, cabe a cada um de nós trilhar nosso próprio caminho. A regra é a mesma para todos, a ajuda está sempre disponível, basta que para ela nos voltemos.
Com o objetivo de ensinar o real sentido da Vida e sermos dignos de fazer parte do Bem, vivemos nossas experiências de acordo com o que merecemos, e mesmo os erros servem para aprendermos, não para punir.
Há a consciência comum e a coletiva. Cada um tem sua própria trajetória, seus débitos e suas conquistas. Mas todos fazemos parte de um todo, e por ele ainda somos muito influenciados.
Observando o grau de nossa consciência coletiva, conclui-se estarmos no início da caminhada. Nossa humanidade comete muitas atrocidades, ainda não é fraterna, embora, claro, existam muitos e muitos focos de luz. Mas no conjunto ainda somos muito ansiosos, imediatistas, materialistas, egoístas. Isso mesmo, vários “istas”... Não é crítica, não é negativo, é apenas uma constatação.
O que uma sociedade como esta valoriza? Amor? Honestidade? Paciência? Altruísmo? Renúncia? De forma geral, ainda não.
Temos dificuldade em aceitar a idéia de um todo, pois, por exatamente ainda estarmos voltados para a fase do Ego, é difícil ampliar os horizontes e entender o outro, enxergar o coletivo ou um tempo que não seja este. Mas se já podemos apontar como nocivas essas características num indivíduo, por que não ampliarmos a visão e notarmos o mesmo traço em nossa coletividade?
Penso, e várias leituras concordam com esta linha de raciocínio, que, exatamente por sermos “crianças” espiritualmente falando, ainda precisamos passar por vários tipos de amor para compreender o Amor Maior. Não precisa nem ir para o sentimentalismo, que você possa, talvez, alegar ser meu único guia. Estou falando de ciência, de teorias de estudiosos sérios da Psicologia, que demonstram os traumas, transtornos e doenças gerados pela falta de amor no ser humano. Seja pela ausência do auto-amor, amor dos pais, amor do parceiro, dos que o/a rodeiam, etc.
Em minha visão pessoal, precisamos do amor pai/mãe para entender o doar-se de forma incondicional; o de amigo para sentir o apoio, o companheirismo; o amor fraterno para descobrir que é possível amar sem esperar nada em troca; o de homem/mulher para descobrir a sintonia, a identificação, a doação, a cumplicidade.
As diferentes formas de amor que existem na Humanidade são apenas fragmentos do Amor Maior, ativando nossas qualidades, cada uma à sua maneira, esperando que cada um de nós amadureça e possa entender este sentimento maior em sua totalidade.
Deus, por ser uma energia tão pura em contraste com a nossa materialidade, não podendo fazer um contato “pessoalmente”, encontra através dos mecanismos da vida formas de falar conosco diretamente.
Cada tipo de amor é nobre e deve ser emplamente vivido.
O amor fraterno talvez seja um dos últimos em que pensemos... O de amigo depende muito da nossa capacidade em conquistá-los, e muitas vezes nossas amizades não são movidas pelos motivos nobres. Já o filial, familiar, é mais comum e tão instintivo que até o mais bruto se emociona quando fala de um filho ou da mãe, do pai. É o mais fácil de entendermos, é a lingagem mais universal. E mais “automático”.
Um tipo de amor também amplamente “falado” direta ou indiretamente é o “homem/mulher”. Por que tantas músicas, filmes e livros sobre isso? Talvez seja uma manifestação coletiva, inconsciente, resultado do fato de ainda tanto o valorizarmos e o precisarmos viver porque ainda estamos nesta fase do Ego.
Ter um ego e viver numa fase assim não é ruim. Precisamos, para evoluir, ter consciência de nós mesmos. O problema está em, devido ao pouco conhecimento emocional que temos, “exager na dose” e viver esta fase em desequilíbrio, passando a ser agentes/vítimas do egoísmo.
O amor conjugal, em minha análise, é o que mais aciona o ego, o mais pessoal. É, portanto, bem condizente com o nosso grau de maturidade...Por sermos ainda seres espiritualmente infantis, vivemos este importante tipo de relacionamento que tanto pode nos acrescentar individualmente, de forma nem sempre sábia. Estamos mais preocupados com o “que ele/a faz por mim”, e não o que “eu faço para ele/a”.
Ainda estamos acostumados a receber, não sabemos doar. Preocupamo-nos pelo que ele/a significa não somente para mim, mas o que estar com ele/a significa para mim aos olhos do outro: status, prestígio, dinheiro, posição, beleza, etc...
Ou, mesmo que não seja um relacionamento tão superficial, ainda assim, com preguiça de crescer, de trabalhar (e cuidar de nossas emoções também é trabalho. É, aliás, dos mais nobres, visto que quanto mais depurado o nosso emocional, melhor faremos tudo, melhor trataremos todos), esperamos o outro fazer por nós, colocamos nossa felicidade nas mãos de uma segunda pessoa.
Por isso, a importância de aprendermos sobre nós mesmos, resolvendo nossos problemas internos olhando para dentro e não buscando solução externamente, como arrumando um vício ou preenchendo a vida com a presença do outro em detrimento de uma auto-estima favorável. Quando buscarmos a companhia de uma pessoa para compartilhar, para somar, e não para “sugar”, mais saúde terão os nossos relacionamentos.
Sendo assim, chegaremos mais próximos do amor de doação. Ainda vemos muito o amor sublime como somente o que temos pelos filhos, por exemplo, e o conjugal vemos como “realidade”, “na prática”, quando facilmente perdemos o encantamento.
Claro, não dá para viver eternamente a intensidade do primeiro momento, mas se nós buscarmos o outro para o amar, não apenas por carência, e cuidarmos do relacionamento, não nos acomodarmos somente porque conseguimos nos casar e “estamos garantidos”, poderemos abrir os olhos para uma nova realidade, um outro tipo de sentimento.
Sendo assim, poderemos através deste novo “canal”, ver não somente o ser amado, um novo tipo de felicidade com uma presença ou um sorriso, mas, através da alegria que esses gestos trazem, acionar dentro de nós um Bem do qual anteriormente não tínhamos conhecimento.
A partir daí, encontraremos um sentido maior na vida. Passaremos a viver com mais profundidade a esperança, a alegria, a fé, a felicidade e sentiremos até necessidade em espalhar ao outro esta harmonia.
Talvez o que hoje seja considerado “piegas”, “meloso” ou "romântico" de forma pejorativa, seja apenas um patamar além de um sentimento tão nobre. E, claro, como a mudança é um desafio, seja naturalmente evitado.
O Amor é o que mais rapidamente vence nossas más tendências e nos faz lembrar de nossa origem e nossa finalidade. Ainda estamos aprendendo, não podemos simplesmente descansar e dar a trajetória como encerrada. Tudo o que vivemos é um meio. A Terra é uma escola, uma etapa da caminhada, não a final morada. Mas nós, presos somente a ela e aos nossos efêmeros problemas, insistimos em nela ver um fim.
Bom, o texto de trabalho ficará para os próximos dias, já que me estendi aqui... rs...
Grande abraço a todos,
Camila Pigato

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